E as primaveras são já 48
O mês de Junho é, por excelência,
um mês apetecível para a realização dos mais variados eventos. São as
festividades religiosas e profanas, são os mais diversos espectáculos de música
e de teatro, são os arraiais dos santos populares a marcarem o quotidiano das
populações. E raro é o dia em que não se celebre, comemore ou registe qualquer
acontecimento ou efeméride.
Também o Abrigo dos Velhos Trabalhadores de Montemor-o-Novo, se associa a
esta onda de alegria, pois é exactamente a 13 de Junho que festeja o seu aniversário,
enquanto instituição com esta denominação. E a data foi assinalada com um
programa aliciante que preencheu toda a tarde de quinta-feira para os utentes,
familiares, colaboradores(as), membros directivos e convidados. E como 48 anos
são já um marco assinalável, mereceram uma festa, simples mas feita com o
coração.
Logo após a recepção dos
convidados teve lugar, por questões logísticas, a actuação da Tuna da Universidade Sénior do Grupo dos
Amigos de Montemor, que apresentou, com a qualidade habitual, alguns
números do seu vasto reportório.
Seguiram-se depois os discursos.
O Presidente da Direcção – Henrique Pinto de Sá de Carvalho; a Presidência da
Câmara – Hortênsia Menino e o Presidente da União de Freguesias – António José
Danado, teceram considerações sobre a vida da Associação, o seu papel no
quotidiano de muitos montemorenses, e a data que se celebrava.
Depois foi a vez do teatro, com o
Grupo de Utentes do Abrigo dos Velhos
Trabalhadores.
Com o título “A (in)justiça das
Profissões”, pretendeu o texto, da autoria de José Manuel Brejo, que também dirigiu os actores, mostrar como as
profissões já extintas, ou em vias de seguirem o mesmo caminho, foram
injustiçadas ao longo dos anos. E mais: de uma forma leve, bem humorada e com
ironia, mostrava-se como os profissionais dessas antigas profissões foram, e
são, ignorados e quando a necessidade os obrigava a ultrapassar a lei, eram
julgados e condenados. Enquanto isso, outros figurões que roubam milhões,
passam incólumes perante a justiça e ainda são respeitados. Aliás, a ideia
surgiu de uma quadra que alguém disse quando se estava a delinear o que seria o
tema deste ano. Diz assim:
O rico rouba a quem quer
Sem ter fama de ladrão.
O pobre rouba com fome,
É preso e vai p’rá prisão.
Com guarda-roupa de Céu Mestrinho, aqui se registam as
personagens e respectivos actores/actrizes:
Juiz – Leopoldo José Gomes
Advogada de Defesa: Otília Brejo
Advogada de Acusação: Angelina Merendeira
Escrivão: António Lopes
Guarda: Francisco Tira-Picos
Enfermeira auxiliar: Maria Narcisa
Trabalhadora rural: Joaquina Adelaide
Lavadeira: Albina da Visitação
Sapateiro: Joaquim da Cabrela
Taberneiro: Salvador Boleto
Engraxador: Joaquim Martins
Criada de servir: Mariana Salgueiro
Latoeiro: José Grulha
Costureira: Basilissa Pernas
Seguiu-se a actuação do Grupo Coral Cant’Abrigo, composto por
utentes do Abrigo, cujos cantores e cantoras, sob a batuta do maestro André Banha, interpretaram vários temas
da música tradicional portuguesa. Concluíram com o hino da instituição.
O vasto auditório não regateou
aplausos a todos os grupos intervenientes, cujas actuações mereceram os mais
rasgados elogios.
E seguiu-se, como já se
adivinhava pelo cheiro, o abundante lanche-ajantarado composto pelas
inevitáveis e aguardadas sardinhas, pelos frangos e entrecosto, que as
colaboradoras iam servindo ao longo das mesas dispostas no recinto da festa.
Para acompanhar os acepipes, não faltaram os sumos e, para quem não estava de
dieta, uma fresquinha sangria. No final foi servido um doce e uma fatia do
tradicional bolo de anos.
A Direcção agradece, em nome dos
utentes, a todos os colaboradores(as), voluntários(as), entidades, empresas e
particulares que tornaram possível esta festa.
A tarde teve ainda a animação do
excelente músico e vocalista Nelson Teles,
que pôs muita gente a dar ao pé.
Até para o ano !