O ABRIGO SOPROU 45 VELAS
Foi bonita a festa que assinalou,
exactamente no dia de Santo António, o 45º aniversário desta instituição.
A azáfama começou logo pela
manhã, com os colaboradores a alindarem o espaço e a montarem as mesas que
iriam acolher as cerca de três centenas de utentes e familiares que quiseram
associar-se a este evento.
Ainda faltava quase uma hora para
o início das festividades e já se notava bastante movimento, com os lugares a
serem rapidamente preenchidos.
As cozinheiras já tinham
preparado as saladas e sob a batuta de dois especialistas em churrasco – Manuel
Aldinhas e António Joaquim Falcão – os frangos e as sardinhas começavam a
dourar e a lançar para o ar os cheiros característicos que despertam o apetite.
Pouco passava das 15 horas quando
subiu ao improvisado palco o presidente – Joaquim Manuel Batalha – acompanhado
dos restantes membros da Direcção e dos representantes das Juntas de Freguesia
de N. Sra. da Vila e N. Sra. do Bispo.
Teceu considerações sobre a vida do Abrigo,
lembrou o papel importante desempenhado por todos quantos, ao longo dos anos,
tornaram possível esta realidade, agradeceu aos colaboradores e voluntários que
a esta causa se têm dedicado e lamentou o estado a que os responsáveis
governativos deixaram chegar este país, com as asneiras e os abusos a serem agora
suportados maioritariamente pela população que vive apenas do seu trabalho ou
das pensões de reforma.
Já com as primeiras sardinhas a
chegarem às mesas, foi a vez de um grupo de utentes do Abrigo mostrar os seus
talentos. Sob a responsabilidade do animador cultural José Manuel Brejo, que
escreveu o guião, representou, encenou e dirigiu os actores, foram recreadas
conhecidas cenas de antigos filmes portugueses, nomeadamente o “Pátio das
Cantigas”, “A Canção de Lisboa” e a “Aldeia da Roupa Branca”.
Foram momentos de
boa disposição em que todos os intervenientes se saíram a contento. Antes de
terminarem a actuação ainda cantaram o “Hino do Abrigo”. Muito bem!
Logo depois exibiu-se o Grupo de
Dança da ARPI de Montemor-o-Novo, que mostrou que a idade não é – não pode ser
– motivo impeditivo para que cada um se dedique a qualquer manifestação
artística ou cultural. Parabéns!
E o lanche continuou e foi-se
prolongando até à hora do jantar, sempre com música ao vivo interpretada por
Eduardo Panóias, que animou toda a tarde e entusiasmou alguns pares a meterem o
pé em dança.
Durante mais de quatro horas
esqueceram-se achaques e maleitas e a boa disposição era evidente nos rostos de
quem assistiu e participou nas comemorações de mais um aniversário do Abrigo
dos Velhos Trabalhadores de Montemor-o-Novo.
Os elementos directivos do Abrigo
agradecem, de todo o coração, as ofertas para este fim, vindos de várias
entidades e fornecedores, tornando assim possíveis estes momentos de alegria
para os nossos utentes. Bem hajam!
E para o ano cá estaremos de
novo.