O ABRIGO CELEBROU 47 ANOS
O Abrigo dos
Velhos Trabalhadores que, com esta denominação, assinalou a passagem do seu 47º
aniversário a 13 de Junho, dia de Santo António, nasceu e herdou a sua vocação assistencial
a partir do Asilo de Mendicidade, que em Janeiro deste ano fez um século de
existência.
Aliás, todo este
processo está superiormente descrito no livro da autoria da Dra. Teresa Fonseca
que foi dado à estampa por altura da efeméride, conforme foi largamente
divulgado. A propósito, e para os interessados em conhecer mais em pormenor toda
a história e o dia-a-dia da Instituição, aproveitamos para informar que ainda
temos alguns exemplares da obra, que se intitula exactamente “Do
Asilo de Mendicidade ao Abrigo dos Velhos Trabalhadores de Montemor-o-Novo –
1914/2014”, que pode ser adquirido nas nossas instalações pela módica
quantia de 10 euros.
Posto isto,
vamos então tentar relatar o que foi a festa que comemorou o recente
aniversário, se bem que os momentos de emoção ali vividos sejam impossíveis de
descrever.
Estava previsto,
e é assim que acontece normalmente, que a cerimónia protocolar dos discursos de
boas-vindas iniciasse os festejos. Mas desta vez furou-se a tradição.
Por razões de
estratégia, o programa foi ligeiramente alterado, pelo que logo a abrir houve
um excelente momento de teatro protagonizado pelos utentes do Abrigo e que
serviu para evocar e homenagear figuras de Montemor que se notabilizaram ao
longo dos anos nas mais variadas áreas. E sobre cada um dos homenageados foram
relembradas facetas mais ou menos bem conhecidas.
Vamos então aqui
lembrar as personagens e os intérpretes:
Manuel Justino Ferreira – Leopoldo Gomes
Curvo Semedo – José Manuel Brejo
S. João de Deus – Joaquim da Cabrela
Comandante Fragoso – Salvador Boleto
Luís Miguel da Veiga – Joaquim da Cabrela
Simão Malta – José Grulha
Mafalda Veiga – Salomé Pedras Alvas
Margarida Guerreiro – Sandra Santos
Isabel Joaquina da Cruz – Otília Brejo
João Luís Nabo (seu aluno de piano) – Leopoldo Gomes (que depois também dirigiu um
Coral ali mesmo constituído de entre os assistentes).
Feliciano Rabaça do Carmo – Francisco Tira-Picos
António Justino e Maria Florentina– José Manuel e Rosária Baixo
Francisco Abílio Cara-Linda – José Manuel Brejo
Teresa Fonseca e Jorge Fonseca – Céu Mestrinho e José Manuel Brejo
As utentes que
deveriam interpretar Mafalda Veiga e Margarida Guerreiro (eram elas Albina da
Visitação e Angélica Ferro) tiveram de ser substituídas à última hora por
motivos de saúde. Aqui fica uma palavra de apreço às substitutas, que
desempenharam muito bem os seus papéis e cantaram de tal forma que pareciam
mesmo as artistas originais.
Seguiram-se
então os discursos da praxe. Com todo o elenco directivo em palco, o Presidente
da Direcção, Joaquim Manuel Batalha,
deu as boas-vindas aos presentes, seguindo-se António José Danado (Presidente da União das Juntas de Freguesia de
Na. Sra. da Vila, do Bispo e Silveiras) e Hortênsia
Menino (Presidente da Câmara Municipal) que em breves palavras realçaram o
significado da festa e o papel importantíssimo desempenhado pelo Abrigo dos
Velhos Trabalhadores ao longo dos anos.
Era chegado,
portanto, outro momento importante: o lanche ajantarado. Num espeto rebolava um
porco (generosa oferta de um amigo) para ser comido à tira, e noutros assadores
o cheiro das sardinhas já ia invadindo todo o espaço, fazendo crescer água na
boca. E então, através de atenciosas funcionárias e colaboradoras do Abrigo,
aqueles acepipes foram sendo servidos, regados sobretudo com fresquinha e
saborosa sangria ou sumos de fruta para os estômagos mais delicados.
E a tarde ia
correndo com as conversas a subirem levemente de tom, como aliás sempre
acontece nestas circunstâncias.
E foi sentados à
mesa que vimos surgir outra surpresa por ser estreia absoluta. Subiu ao palco o
“Grupo Coral Cant’Abrigo”,
constituído na sua totalidade por utentes de ambos os sexos e excelentemente
dirigido pelo escriturário do Abrigo e talentoso músico André Banha. Interpretaram, sob fortes aplausos, diversos temas bem
conhecidos de todos os presentes, incluindo um deles (“A cegonha”)
conjuntamente com o “Fora d’Horas” que se exibiria a seguir.
E a tarde ia
decorrendo sem se dar pelo passar do tempo. E é bom sinal quando isso acontece.
Chegou então a
altura do Grupo “Fora d’Horas”
mostrar mais uma vez o seu reconhecido valor. Interpretou, com agrado geral,
vários números do seu vasto reportório.
Aproximava-se o
fim, mas ainda surgiu outra agradável surpresa. O novo conjunto musical,
intitulado “Reflexus Band”, iniciou
a sua actuação e desde logo mostrou que veio para ficar. Acompanhou o desfile
da marcha onde os pares, com os respectivos arquinhos, iam desenvolvendo os
seus desenhos artísticos.
E pronto. A
partir daqui estava o baile armado. E já se sabe que quando os pares entram na
dança quem é que os faz parar? E ainda bem. É sinónimo de que estão a viver e a
desfrutar de horas bem agradáveis.
Ficam para o fim
os agradecimentos. Os grandes responsáveis pelos momentos teatrais que
periodicamente ali são apresentados, para além evidentemente dos utentes que
sempre se disponibilizam (e cada vez são mais), são, como se sabe, o animador
cultural José Manuel Brejo e a
talentosa Maria do Céu Mestrinho,
que alia um profissionalismo exemplar enquanto funcionária do Abrigo a uma
aptidão natural para as artes cénicas. A secção teatral pretende fazer os seus
agradecimentos particulares a quem cedeu roupas ou outros adereços para que a
representação resultasse em pleno. O nosso obrigado a; Bombeiros Voluntários, Grupo
Teatral Theatron, João Luís Nabo, Luís Miguel da Veiga, Manuel Henrique Macau
Ferreira e Quim Guerreiro. A todos, o nosso obrigado.
Também a
Direcção quer agradecer, de todo o coração. às pessoas e entidades que, com as
suas generosas ofertas, tornaram possível estes momentos de agradável convívio
entre todos os utentes, familiares e amigos.
Finalmente, uma
palavra de apreço para os Funcionários e Funcionárias, Colaboradores,
Voluntários e, enfim, para todos os amigos da Instituição, porque sem o seu esforço,
trabalho, voluntarismo e dedicação estes eventos não seriam realizáveis,
sobretudo com tal eficiência e brilhantismo. Por último, é de salientar que
toda a decoração, incluindo os vasos com manjericos confeccionados em papel,
foram obra paciente dos nossos utentes.
Para todos, o
nosso BEM HAJAM !