segunda-feira, 17 de junho de 2013

ABRIGO DOS VELHOS TRABALHADORES



MAIS UM ANIVERSÁRIO


No dia 13 de Junho, a Associação Protectora do Abrigo dos Velhos Trabalhadores de Montemor-o-Novo comemorou mais um aniversário, o 46º, para sermos mais precisos.



Antes de fazermos um relato sucinto da festa que assinalou o evento, devemos desde já esclarecer que estes 46 anos referem-se apenas à data da inauguração do edifício onde ainda hoje se encontra, conhecendo, evidentemente, no decurso deste tempo, substanciais obras de ampliação e de adaptação aos novos conceitos e regras exigidos a este tipo de associação. E porquê esta advertência? Porque a actual Associação veio substituir, e continuar, o Asilo de Mendicidade Montemorense, fundado em 1 de Janeiro de 1914. Isto significa que estamos a pouco mais de seis meses de se celebrar o centenário da instituição.

Mas esperemos serenamente, porque, por essa altura, ficaremos então a saber em pormenor toda a história desde o seu início. Como? Através de um livro, da autoria da Dra. Teresa Fonseca, a ser lançado em data que atempadamente divulgaremos. O rigor que coloca em todas as suas pesquisas e a qualidade e clareza dos seus trabalhos são garantia segura de que estaremos perante mais uma obra notável da brilhante historiadora que já é montemorense por adopção.
Vamos, portanto, e por agora, contar o que foi a festa.

Claro que a preparação começou dias antes, com as utentes a fazerem as flores de papel que viriam a embelezar o excelente espaço nascido com as obras que há uns meses se vinham a efectuar no Abrigo e que, finalmente, estão concluídas. Ufa!


Quando pouco depois das 15 horas começaram a chegar os convidados, já todo o espaço se encontrava engalanado e as mesas preparadas para receber utentes, familiares e visitas. E desde logo chamou a atenção um porco que dois especialistas faziam girar no espeto, borrifando o animal com os molhos que só eles conhecem e cujo aroma ia despertando o apetite à medida que o churrasco avançava. 
Mas não era só:os infatigáveis António Joaquim Falcão, Manuel Aldinhas Santos e Rui Pedras Alvas começavam os preparativos para a sardinhada que iria constituir o prato de entrada. Do lanche ajantarado, acompanhado de sumos, águas, vinho e sangria, a história apenas dirá que todos lhe prestaram a devida homenagem.


Entremos, então, no relato das cerimónias oficiais (que as há sempre) e dos espectáculos.

Como já é uma tradição da casa, o animador cultural José Manuel Brejo, tendo como assistente de encenação e co-autora do texto a talentosa Maria do Céu Mestrinho, levou à cena uma espécie de peça que arrancou fartas gargalhadas da assistência e com a qual se pretendeu, e conseguiu, caricaturar os elementos directivos do Abrigo durante uma suposta reunião. Foram discutidas hipotéticas situações, votadas sugestões e decididas soluções. Durante a abordagem dos vários assuntos em agenda foram retratados (de forma excessiva, como se exige de uma boa caricatura) os cinco membros da Direcção, colocando em evidente exagero as características particulares de cada um. Houve momentos de grande humor, revelando claramente o respeitoso à-vontade e espírito de amizade que se vive dentro da Instituição. 



Foram intérpretes desta farsa os seguintes utentes: Leopoldo Gomes, que continua a revelar a sua enorme experiência, (no papel de Joaquim Batalha, presidente); José Grulha (vice-presidente Henrique Carvalho); Fabiana Santanita (tesoureira Florinda Martins); Joaquim Martinho dos Santos (vogal António Vedorias); Joaquina Linguiça (secretária Josefina Nifra); Maria Narcisa Ferreira (Gertrudes Caralinda, da limpeza); Joaquina Maria (Ana Cacilhas, da limpeza); Rosária Maria Baixo (Justina Alface, escriturária); Angélica Ferro (Susana Mendes); João Manuel Pinto (Heliodoro Arranja, auxiliar de motorista); António José Lopes (Custódio Varela, motorista) e César Arraiolos (Carlos Maltez, motorista).  
     


Logo depois seguiram-se os discursos. Primeiro foi o presidente da Associação – Joaquim Manuel Batalha – que lembrou o que foi o último ano, marcado especialmente pelas obras de ampliação e beneficiação da sede, lembrou as dificuldades que têm sido vencidas mas que se avolumam de dia para dia, mas salientou o papel fundamental desempenhado por todos quantos, ao longo do tempo, têm tornado possível esta realidade de que todos nos orgulhamos. Agradeceu a todos os colaboradores e colaboradoras, aos incansáveis voluntários que a esta causa se têm dedicado, à Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, e outras Instituições, Empresas e Particulares que sempre colaboraram com o Abrigo, inclusivamente hoje mesmo, ajudando a tornar possível esta confraternização.



Seguiram-se os presidentes das Juntas de Freguesia de N. Sra. da Vila e N. Sra. do Bispo, respectivamente António José Danado e Vitalina Roque Sofio, e o vice-presidente da Câmara Municipal, João Manuel Marques.



No final das intervenções assistiu-se a um acto de grande significado. Tratou-se da assinatura de um protocolo entre o Abrigo e a Edilidade montemorense, através do qual a Câmara irá assumir o valor não comparticipado num projecto já aprovado pelo PRODER e que tem por finalidade permitir a aquisição de equipamentos para as três valências (ou resposta sociais): Lar, Centro de Dia e Apoio Domiciliário. É de salientar esta formalidade, pela importância de que se reveste.

Ainda no palco, o José Manuel e a Maria do Céu cantaram o Hino do Abrigo, a que se associaram os presentes.



Por esta altura já as sardinhas, no pão ou no prato, deliciavam os amantes deste saboroso pitéu. E satisfeito este primeiro apetite surgiram as travessas com pedaços do churrasco de porco, tendo os convivas continuado a prestar homenagem à mesa.

Cerca das 18,30 chegou o sempre esperado bolo de velas. Cantaram-se em coro afinado os parabéns e procedeu-se à distribuição por todos os convivas.
 

Por volta das 19 horas e já com os estômagos bem aconchegados nova mudança de cenário. Ainda que, pelo menos entre as utentes, não se saiba que estivessem ali meninas casadoiras a implorar graças ao Santo António, as marchas desfilaram no recinto com arquinhos floridos e empunhados por muitos dos utentes do Abrigo. 



A seguir dançou-se ao som da música de Eduardo Panóias que, aliás, também animou toda a tarde.

Mas a festa ainda estava para durar. Já passava das 20 horas quando surgiu o Rancho Folclórico e Etnográfico Montemorense, que se exibiu à altura dos seus pergaminhos. Inclusivameente, em determinado momento da sua actuação, foram convidados a juntar-se ao grupo, recordando tempos passados, alguns antigos membros do Rancho que ali estavam presentes. A maioria acedeu e não deixou os seus méritos por pés alheios. Até o nosso Joaquim Manuel Batalha parecia estar agora no melhor momento da sua forma.

O Rancho despediu-se, mas o baile continuou!...

Parabéns e até à próxima.