quinta-feira, 5 de julho de 2012

A HORTA E O POMAR


Desta vez propomos aos amigos leitores uma breve visita à nossa horta e respectivo pomar.

Na companhia do “vereador” do pelouro, António Joaquim Vedorias, percorremos as “zonas rústicas” do Abrigo que, sob a responsabilidade dos hortelões António Inácio Regouga e António Lourenço, vão produzindo grande parte dos produtos alimentares consumidos na Instituição.


Este final de Junho não terá sido o momento mais favorável, em termos visuais, para uma visita desta natureza, ainda que constitua sempre um renovado encantamento ver nas árvores os frutos apetecíveis à espera de serem colhidos e levados para a mesa. Todavia, a intenção foi (é) apenas a de lembrarmos o que se faz no interior da Instituição e que por vezes se ignora.

Uma grande dor de cabeça para quem ali trabalha tem a ver com o combate permanente que se trava para ir eliminando as ervas daninhas que invadem as áreas de cultivo.

“Na verdade - dizem-nos - grande parte do nosso tempo é gasto a mondar a terra, protegendo as plantas da nociva invasão destas indesejáveis intrusas. Como temos um sistema de rega por aspersão, toda a área recebe o precioso líquido, o que constitui um convite à sua disseminação”.

Há perspectivas, ainda que neste momento não passe de isso mesmo, de num futuro mais ou menos próximo, e contando com a ajuda de benfeitores, instalar um sistema gota-a-gota o que, dizem os responsáveis, não só contribuirá para a diminuição dessa praga indesejável, como nos disponibilizará desde logo mais tempo livre para explorarmos uma área mais vasta. António Regouga assegura mesmo que “a concretizar-se essa solução, conseguiremos produzir maior quantidade sem a necessidade de recurso a mais mão-de-obra.”

Para além do pomar, com mais de duas centenas e meia de árvores com várias espécies de fruta (laranjas, tangerinas, clementinas, pêssegos, maçãs, pêras, nozes, figos, nêsperas, dióspiros, damascos, ameixas, abrunhos), na área de cultivo produzem-se os mais diversos tipos de hortaliças e legumes, próprios de cada estação ou época do ano.

A azáfama é contínua. Vimos zonas onde batatas, abóboras e outros produtos estão prontos para ser colhidos, enquanto aqui e ali se observam áreas já preparadas para que outras sementes ou plantas possam iniciar o seu ciclo de vida.

 
“Não somos auto-suficientes, uma vez que nas três valências (ou respostas sociais, como agora também se diz,) servimos diariamente 366 refeições principais, nas quais incluímos, por norma e habitualmente, produtos hortícolas e fruta. Vemo-nos, por isso, perante a necessidade de recorrer também a fornecedores externos. No entanto, sem a nossa horta, esse recurso a terceiros seria muito mais frequente e oneroso”.

Até este momento, e segundo afirma António Regouga, “a água que temos vai chegando para as necessidades, sem sabermos o que o futuro nos reserva.”

O Abrigo chegou também a possuir, junto ao espaço hortícola, uma pequena exploração de gado suíno e instalações povoadas por dezenas de galinhas. Eram um excelente contributo para manter mais equilibrado o orçamento. Todavia, determinações superiores impediram, há quatro ou cinco anos, a sua manutenção e continuidade. Presentemente, só em ovos o Abrigo gasta cerca de 250 euros mensais, o que seria evitado se aquela situação se mantivesse.

Vamos esperar que o futuro nos traga dias melhores e que nos seja permitido continuar a cumprir os objectivos por que todos vimos lutando desde há 45 anos.


ÚLTIMA HORA: O gota a gota já chegou!

Quis o “destino” que, pouco depois da nossa conversa com o hortelão António Inácio Regouga, uma firma montemorense, como que adivinhando os nossos anseios, disponibilizou-nos todo o equipamento, que nos permitirá colocar este sistema de rega gota a gota nas nossas árvores frutíferas.

Esta conceituada empresa, sempre disponível e solidária quando se trata de apoiar instituições locais, chama-se CAMINHOS DO FUTURO e tem a sua sede aqui em Montemor. Para os seus responsáveis e colaboradores, aqui fica registado o público agradecimento do Abrigo.

 
Está, assim, parcialmente resolvido o problema que havia sido referido anteriormente.

Talvez quem sabe, num futuro mais ou menos próximo, possamos anunciar a instalação de idêntico sistema também na área de cultivo.

Bem haja quem ainda se vai lembrando de quem precisa!