segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O CARNAVAL NO ABRIGO

… E O COMPADRE E A COMADRE
LÁ FORAM PARA OS ANJINHOS !

O destino já estava traçado. A condenação era certa e sabida.

Tanta malvadez, maledicência, intriga e bisbilhotice não podia acabar bem. E na manhã do dia 12 de Fevereiro, a justiça funcionou, a sentença foi ditada e o castigo, curiosamente em período de muito frio, não podia ser mais quente.

 Há muito condenados pela sabedoria popular, a comadre e o compadre aceitaram a pena que lhes foi imposta: morrerem na fogueira.


 Um grupo de ceifeiras, ao som e ritmo de uma moda alentejana, levou para a praça pública o compadre, que retratava este ano o nosso Salvador Boleto. Por sua vez, os ganhões transportaram a comadre, que fazia alusão à nossa Angelina Merendeira.


Colocados perante as evidências, restou ao compadre e à comadre lerem publicamente os seus testamentos, em dezenas de quadras que contemplaram utentes, funcionários e funcionárias, médico, enfermeiras e demais colaboradores.

E nunca uma cerimónia, que teria tudo para ser triste, se realizou ao som de uma concertina e perante palmas e gargalhadas do imenso público que enchia o anfiteatro onde se realizava a sessão.


E, claro, a sentença foi cumprida. Regadas com gasolina, as duas figuras foram pasto das chamas, num castigo exemplar que a sua conduta bem merecia.


Todo o elenco artístico do Abrigo colaborou activamente, estando como habitualmente, por detrás de toda a encenação, o talento de Céu Mestrinho e José Manuel Brejo, que também escreveram os versos.

E aqui fica o aviso: não se portem bem e para o ano haverá mais duas vítimas.